Mostrando postagens com marcador texto. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador texto. Mostrar todas as postagens

19/01/2015

Crônica: O diferente faz diferença

Hoje era só mais um dia monótomo  daquela velha rotina de acordar ás 06:00, se arrumar e ir pro colégio, mas não foi tudo tão igual assim, começou com a falha do meu despertador e acordei ás 06:40, atrasada? No mínimo atrasada e desesperada, hoje eu tenho cinco aulas seguidas da mesma matéria, coisa chata! Mas isso significa que não posso perder de jeito nenhum, pois cinco faltas acabaria com meu histórico acadêmico, não por não ir a aula em si mas sim porque eu tava por um fio nessa matéria, ou melhor, por uma nota. Ah, quarto bimestre, vocês sabem como é! Sem contar que eu já tinha tantas faltas que era bem capaz de ter mais nota que presença, mas é que ninguém merece acordar cedo ainda mais pra assistir tantas aulas da mesma matéria em dois dias seguidos, com uma velha rabugenta na qual nem ali gostaria mais de estar, que parece descontar todo o seu cansaço nas suas aulas, é bem obvio que eu prefiro estar em casa dormindo mesmo, ou escutando música, que é o que eu mais faço em boa parte do tempo, até nas aulas dela mesmo, perca de tempo eu estar só em corpo naquela sala. Mas enfim, eu sempre me atraso um pouco na ida do colégio porque gosto de observar a rua, e as pessoas, mas chego no tempo tolerável pra quem se está atrasada, e hoje eu tava, MEGA, HIPER ATRASADA, e a vontade de continuar dormindo estava bem ali juntinha comigo, mas como eu não podia nem sonhar em faltar a essas aulas, levantei o meu corpo ainda mole e sonolento e me rastejei até o banheiro.
 Já pronta, parece que as coisas estavam mesmo diferente, não tomei café, eu sempre tomo café e gosto tanto que fiquei bem zangada por não ter tempo de sentar na mesa, então teria que lanchar no colégio mesmo, ou seja, pegar aquela fila enorme da cantina onde pessoas famintas  estão procurando por amigos com quem possam furar a fila como se nada estivesse acontecendo, e você fica ali, morrendo de fome com aquela cara pasma e uma olheira de pelo menos 3 centímetros. 
 O tempo estava nublado e olha só, é verão, não peguei o cassaco pois o meu estava com a Marina, desde a última chuva, Marina é aquela sua "amiga" na qual te procura só quando precisa. Abri o portão e me despedi da minha mãe, o mais engraçado é que sempre que me atraso entro em desespero pois minha escola é tão rígida a ponto de tirar nota por um atrasinho, pode isso? Ai ai! Mas nesse dia eu tava tão calma como quem estava indo só dar um passeio matinal até a padaria, comprar pães de queijo, um bolo... e se tivesse de bom humor, dar bom dia ao atendente. De início toda essas estranhas mudanças me pareceu paranoia, até que no caminho passei por uma moça que conhece os meus pais e sempre me cumprimenta, e adivinhem só? Nem em mim ela olhou! Eu me senti transparente ao mundo, eu ainda existo mesmo? Aquelas coisas de tinta invisível existe? Poxa, nem um "oizinho" eu ganhei, ele bem podia mudar um pouco meu dia, mas acho que foi pra aprender pois geralmente nem ligo pra quem me olha ou me da bom dia.
 Com tudo isso eu fiquei meio que, indignada como as coisas mudam assim, como dizem por ai, da noite para o dia. Continuei andando só que agora bem mais pensativa de quando sai de casa, e bem mais que todos os dias, pois sempre saiu de cabeça fazia meio que me auto carregando para mais uma rotina chata. Já eram 07:06, tinham passado exatamente um minuto do tempo estimado tolerável para quem teve problemas com despertador ou pessoas irresponsáveis que pouco se importam com as horas, e eu estava a 2 quadras do colégio ainda, até que um pensamento meio que filosófico e espantoso tomou minha mente, espantoso porque eu não costumava pensar coisas inteligentes e poéticas assim, mas em poucas horas eu pude perceber que nós nunca estamos preparados para mudanças, mesmo tão simples como as minhas, eu nem sei porque estou me importando com isso, mas confesso que o "Oi" daquela moça faz uma diferença, e se faz diferença é porque conta, é porque soma nas nossas vidas, mas nós que reclamos tanto de rotina estamos um tanto errados em não saber lidar com mudanças, temos mais é que abrir o peito e deixar que tudo aconteça do jeito que tem que ser a partir do momento que acordamos e um novo dia começa, acabei chegando a conclusão que ruim seria se as coisas não mudassem.
 E com esses pensamentos embaraçosos cheguei até o colégio e entrei, um pouco disposta a deixar que as coisas fossem diferentes a partir dali e que não me assustaria tanto, pois tenho precisado delas ultimamente. Até uma chance para aquela professora chata eu dei, ouvi o que ela tinha a dizer durante aquelas cinco horas, guardei o fone, a música fica pro caminho de volta, sem mais pensamentos loucos, por favor, agora é mudar, é aceitar, aceitar que o diferente é melhor que pensei.  

03/12/2013

Crônica: Memórias de uma velha cachola



 “Já era quase meia-noite, e ele, ainda não havia aparecido.
Desesperada, a garota suplicava:
- SOCORRO, SOCORRO!
A vizinhança vendo aquilo percebeu que poderia ser algo grave. Porém, ao decorrer das horas, ninguém ousou entender a quem ou o que, ela procurava.
Certo alguém, assistindo a tudo aquilo, como em uma arquibancada, procurou-a e enfim, disse:
- O que foi? O que há? Fale querida... O Príncipe resolveu lhe abandonar? – Olhando com desdém, as pessoas não queriam ajudar, e sim, fofocar. – Pobre encalhada!
Porém, a donzela decidiu procurar mais uma vez, e se calar.
O relógio marcou, exatamente: MEIA-NOITE. E a princesa, foi-se embora.
Após aquela data, enlouqueceu. Vivia de dia à noite, de um lado à outro, resmungando:
- Cadê o meu sapato?

 Nunca entendi ao certo, de onde meu pai, tirava tanta história da cachola. Vagamente, tenho recordações da minha infância, onde colocava-me para dormir, acalentando-me. Doces canções de ninar, um timbre suave, e muitas aventuras para contar. 
Certa noite, aconteceu algo diferente. Não costumava tomar café, e acho que isso foi o que mais me prejudicou na hora de dormir, o forte sabor de cafeína, trouxe insônia , levando consigo os sonhos.
 Papai vendo aquilo, veio até a mim, e pôs-se a contar uma história. Que por sinal, tenho dúvidas até hoje, se é um fato verídico e real. Por outro lado, enxergo algo sem sentido! 
 Porém, em uma dessas tardes de sábado, deparei-me com uma situação onde tive que escolher qual caminho seguir, o certo ou o certo,duas opções certas, mas que na verdade, transformara-se no errado, trazendo à tona, tudo de ruim do passado.
  Não exitei mais de uma vez, e cheguei a conclusão, optando por algo extremamente melhor.
 Percebi, então, que aquela história sem pé, nem cabeça do tal sapato, fazia sentido. Todavia, do que adianta querer ser feliz, mas fazer uma enorme tempestade em copo d'água? É muito drama e apenas uma realidade...