23/10/2013

Crônica: Essa tal distância




 Faltava exatamente 7 minutos para o avião embarcar, eu iria ver meus tios após anos, não só ver por um tempo, irei ver todos os dias. Estou saindo de São Paulo pra ir para Nova York, estou deixando aqui minha casa, meu cachorro, que agora mora com minha avó, meus pertences, minha mala só contém roupa, meus amigos, meus estudos, e o amor da minha vida, ai que clichê! Mas é a pura verdade, ele é tão único... Aliás o amor em si é clichê, pensamos que ao encontrar uma pessoa que gostamos podemos controlar como as coisas vão ser, o que vai sentir, ou o que vai demostrar, mas não! Está muito longe de tudo isso, é tudo aleatório, automático, impossível de escolher como vai ser e quem vai ser.
 Estou indo para um lugar bem longe de onde eu estava acostumada viver, vai ser tudo diferente agora, com pessoas diferentes, vou me mudar para cuidar dos meus tios, vai ser uma tortura cada segundo sem meu namorado, mas meus tios estão doentes e precisam de mim. Augusto, ele se chama, nos conhecemos a 5 anos, mas começamos a namorar há 2 anos. Nunca fiquei longe de Augusto por tanto tempo, e agora terei que ficar pelo resto da vida? Só de pensar nisso, da uma dor no estômago, uma pontada. E se ele encontrar um outro alguém, melhor que eu? Esse tipo de pergunta vem a todo tempo em minha cabeça. 
 Falei para ele que tinha certeza do que eu estou fazendo, falei por que ele ia tentar me convencer de ficar, mas ele viu segurança na minha voz, mas só disfarcei mesmo, por que faltam 5 minutos para o avião sair e ainda estou aqui pensando no que fazer. Meus tios precisam de mim, é minha família, então peguei o voo e parti. Não parava de pensar em toda essa situação nenhum segundo, é torturante, até que o avião pousa, cheguei ao meu destino final, agora não tem como voltar atrás, vou ver meus tios e estou feliz por isso, mas Augusto nem foi se despedir de mim no aeroporto, acho que ele realmente está chateado.
 Desci do avião, a mala estava pesada, meu coração também. Até que chego na recepção do aeroporto para pedir informação, e da minha cabeça não saia "Augusto não foi até o aeroporto de São Paulo me ver", até que vejo um rapaz vindo em minha direção, não acreditava no que estava vendo, Augusto estava me esperando no aeroporto de Nova York, a alegria parecia não caber em meu peito, alguns sentimentos são fortes demais para serem separados por essa tal de distância.
 Leva um certo tempo para você perceber que algumas pessoas são essenciais em nossas vidas, e acontecimentos como esse mostra como a saudade dói e como o amor enfrenta milhas. 
  E foi assim que mudamos para Nova York... Contava a mamãe no almoço de domingo.

5 comentários:

  1. A fala sério, amor clichê mais é a coisa mais linda desse mundo, não sei se eu o deixaria aqui, o amor vale a pena, ainda mais nesse mundo em que vivemos hoje em que olhamos para o lado e só há coisas ruins! Parabéns pelo texto. http://pecadosfeminino.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Disse tudo Karina, adorei seu comentário, parece que entrou na história *-* Fico muito feliz que tenha gostado!
      Visite mais vezes, beijoos.

      Excluir
  2. Awn, que texto lindo!

    Sou a Mayara, do 6 on 6, já estou seguindo! *u*

    http://blogforevermay.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  3. Muito obrigada Mariana *-*
    Claro, darei uma passadinha lá. Beijoos

    ResponderExcluir